Autora
Fabiana de Matos Carvalho Cabral – Bolsista de Iniciação Científica CNPq
Co-autores
Edson dos Reis Possidônio – Bolsista de Iniciação Científica CNPq
Geisa Lages – Bolsista de Iniciação Científica FAPERJ
Priscila Soares – Bolsista de Iniciação Científica FAPERJ
Orientadora
Profª Drª Sônia Maria Taddei Ferraz
Eventos
– XI Seminário de Iniciação Científica da UFF. Niterói, novembro de 2001
– II CICAU – Congresso de Iniciação Científica de Arquitetura e Urbanismo,Curitiba, julho de 2002
– I Mostra Regional de Ensino no V EREA – Encontro Regional dos Estudantes de Arquitetura, Paraty, maio de 2002
Resumo
Esta proposta mostra que “Morar com Medo”, significa, neste trabalho, que a casa – “abrigo”…”nosso canto do mundo” (Bachelard) , a célula familiar, através de um redesenho de sua proteção, representa tanto o medo quanto à importância, ou o valor, do patrimônio, o que consolida as condições de miséria e dupla exclusão nas cidades. “O privilegiado que se quiser pôr em segurança não exclui somente os outros; exclui a si mesmo” (Enzensberger). O quadro dessa arquitetura é mostrado a partir da tradução do medo, produzido pelo discurso mediático, através de novas tipologias construtivas de autoproteção e auto-exclusão, agrupadas por períodos, por categorias, por elementos, por bairros, por tipologia individual e coletivas, pelas medidas privatizantes e pelas diferenças entre Rio de Janeiro e São Paulo. Sua caracterização se dá pela intensificação de modalidades particulares de habitar expressas nos novos parcelamentos da terra em condomínios fechados ou em construções isoladas, que se constituem como “fortalezas” cercadas por grades, muros altos, guaritas blindadas, transformadas em gaiolas e bunkers. Para a construção da proposta a base documental será composta por fotos digitais realizadas pela equipe de pesquisa e digitalizadas, conjugadas com suporte teórico/bibliográfico. Uma análise preliminar já aponta, por exemplo, que a incorporação e a sucessiva colagem de elementos e equipamentos como tentativa de proteção acaba por criar, em alguns bairros de maior renda, uma espécie de “medievalização da arquitetura”, utilizando alguns de seus elementos característicos, constituindo ainda “autênticos” panópticos bethanianos. Essas formas, aliadas a um sem número de serviços e equipamentos eletrônicos, revestem as habitações de uma representação do “status de segurança”, amenizando a paranóia social, ainda que incapazes de se constituírem como barreiras protetoras e definitivamente garantidoras da segurança patrimonial e pessoal desejada. Esse quadro representa, hoje, para os arquitetos, desafios tecnológicos e estéticos que envolvem tanto os projetos urbanos quanto dos edifícios.
Pesquisa financiada pela FAPERJ -Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro
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Resumo do trabalho publicado nos Anais do 11º Seminário de Iniciação Científica e Prêmio UFF Vasconcellos Torres de Ciência e Tecnologia – 2001, pg.262